Big-bang particular
Eu não quero ser o outro.
Seu espelho. Seu mundo projetado.
Nem mesmo quero fazer parte de um futuro do qual sei que não pertenço.
Sinto mesmo é a vontade infinita de ser.
Eu, em plenitude. Sem enganos.
Pois às vezes não passo de um feio auto-arremedo.
Uma sombra no canto da sala. Do quarto.
Seja por conveniência, preguiça, medo, cansaço ou pura acomodação.
Mas, sou mais! Bem mais que pareço.
Tanto que em mim mesma não caibo.
O universo inteiro espremido em um corpo delgado, a ponto de explodir.
Big-bang particular.
Meu gênesis.
Um grão a ponto de germinar.
A espera de uma gota de chuva.
Ou da fagulha de um casual raio de sol.
Anne Caroline (Natal, 17/04/2011)
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