26 dezembro 2007

Saudade azul


Este poema foi "concebido" num momento bem específico de ausência e saudade de alguém querido...e - por razões que eu mesma desconheço da minha estranheza - nunca mostrado. Mas, estas linhas não me pertencem...são dele desde antes de serem traduzidas em palavras. Esperam, agora, serem "colhidas" pelo dono, que tenho certeza que se reconhecerá nelas.
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" Me falta algo...e esta ausência sutil faz a minha vida passar como se o seu tempero estivesse quase, mas não ainda...como se todos os meus sentidos estivessem vivos, mas não o bastante para estarem inteiros...de cheiro, sabor, textura ou tonalidade...faltando um tom exato. Um certo tom de cor. Azul. Azul em todas as suas nuances. Só suas. Que me fazem estar mais, ser mais, vibrar mais, sorrir mais. Me falta."
#Outubro de 2007#

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19 dezembro 2007

A insustentável "estranheza" de ser


Há pessoas que não foram feitas para este mundo...e a ele não conseguem se adaptar, por mais que tentem, ao longo da vida. De praxe, descobrem muito cedo a hostilidade deste mesmo mundo aos "seres estranhos" que são e passam toda uma existência se debatendo, como um animal assustado numa pequena jaula. E eu sou assim...e também descobri muito cedo que aqui não é meu lugar. Aos 4 anos eu já sabia disto. Aos 6 anos, me sentia extremamente solitária e, para aliviar, fazia poesias cujo tema era uma estrelinha e "toda saudade angustiada que um homem pode ter", ao ver que ela tinha desaparecido do céu. Na mesma época, comecei a escrever em um diário, hábito que me acompanhou até os 14 anos, quando em um ataque de rebeldia, resolvi destruir todos os meus textos...até hoje me arrependo deste "feito" juvenil. Aos 9, lia muito e escrevia poesias sobre me libertar do peso da existência...coisa não muito apropriada para uma menina da minha idade.
Hoje, aos 30, não mudei tanto...só estou mais resistente às porradas da vida, a ponto de até conseguir rir dela e de mim mesma (sempre com um toque de ironia, confesso). Mas, definitivamente, ainda guardo a mesma certeza de quando eu, aos 4 anos, num momento de lucidez precoce, parei e pensei: "eu não sou daqui. Gostaria de ir pra casa".